quarta-feira, 8 de abril de 2009

Livro "Quando é inverno em nosso coração" - CAPA DA PRIMEIRA EDIÇÃO




Quando é inverno em nosso coração é sinal de que o amor não mais floresce em nós.Mas é apenas uma passagem... Uma estação necessária na estrada da evolução. O que virá depois é sempre a primavera e com ela o renascer do que o inverno congelou ou simplesmente o florescer de novas flores, interiores...
Todos carregamos na alma as marcas do que fomos em outras vidas, e nessas marcas podemos encontrar a resposta para o que não conseguimos compreender e muitas vezes aceitar nesta vida atual.Somos todos responsáveis pelos grãos que colhemos no agora, todos, sem exceção, são frutos do que plantamos outrora.Cada gesto, cada palavra que ecoa de nós retorna para nós. E gestos e palavras mais ponderadas podem desfazer os nós que nos impedem de ser felizes.
Trecho do romance
– Clara, minha filha, chegou o momento de você conhecer Raphael Monie, o jovem prometido para se casar com você – disse Ernest Bellmonte, seriamente.
– O senhor falou dele, é bem verdade, mas foi há tanto tempo que pensei que... – disse Clara, ligeiramente trêmula.
– Mas, papai, Clara nunca viu esse rapaz – protestou Amanda. – Como pode ela se casar com alguém que nunca viu, papai?
– Amanda, não se intrometa – ralhou o pai, fuzilando a filha mais nova com o olhar.
– Mas é verdade... Clara não o ama. – Explodiu Amanda, derramando-se em lágrimas, numa revolta que beirava o desespero.
– Para o seu quarto já! – ordenou o pai, ríspido e enérgico.
A filha como sempre acatou a ordem do pai, jamais se alterara com ele daquele modo, jamais lhe faltara com respeito. Jamais. Mas aquilo para ela fora a gota d’água.
Voltando-se para a filha mais velha, Ernest Bellmonte acrescentou:
– Sua irmã é uma tola. O pai de Raphael Monie é um homem riquíssimo. E, portanto, Raphael é o homem certo para tornar-se seu marido.
Não adiantava protestar, pensou Clara, o pai não a ouviria; uma vez determinado algo para as filhas assim seria, quisessem elas ou não.
– Oh, Clara, o que você vai fazer? – perguntou Amanda assim que se viu a sós com a irmã. – Você não pode se casar com um homem que nunca viu. Além do mais, você ama Raymond.
– A vida nem sempre é justa com as pessoas, Amanda. Devemos nos conformar quando os nossos planos são alterados pelo destino... conformar-me, talvez, faça-me sofrer menos...
– Clara, minha Clara, você merece ser feliz.
– Eu serei.
– Longe de Raymond? Nunca! Vocês nasceram um para o outro.
– A vida quis assim, Amanda.
– Maldito! – trovejou Amanda, amargurada.
– Não fale assim – repreendeu Clara, imediatamente. – Ele é seu pai!
– Não me referia a papai. Referia-me a esse tal de Raphael sei lá o quê. Ele bem que poderia sofrer um acidente quando estivesse a caminho daqui amanhã e morrer.
Clara estremeceu diante de tal idéia: – Amanda!
– É sério. É o único modo de você ficar livre dele e ser feliz. Feliz ao lado de Raymond Trust. – E repetiu com escárnio: – Maldito Raphael, maldito.
E em silêncio reforçou o desejo sem sinal algum de contrição: “Que Raphael morra!”. Nada era mais importante que a felicidade de Clara.
Naquela noite, nenhuma das duas irmãs conseguiu dormir direito.
O relógio já marcava duas horas e a tarde caía bonita quando a carruagem trazendo Raphael Monie cruzou os portões da propriedade dos Bellmonte.
Amanda, angustiada, estava a apanhar flores nos jardins que cercavam a mansão na esperança de aliviar sua angústia quando a carruagem chegou.
De tão absorta em suas reflexões e desejos maléficos pelo jovem prometido a irmã, Amanda esqueceu-se de observar por onde seus passos a levavam. Enroscou o pé direito numa raiz trançada, desequilibrou-se e caiu ao chão com grande impacto.
– A senhorita está bem? – perguntou o jovem assim que chegou nela.
Amanda raspou delicadamente a garganta antes de responder:
– Creio que sim. Andava distraída e...
– Deixe-me ajudá-la a se levantar – ofereceu-se o rapaz, cordialmente.
Ela agradeceu enquanto se ajoelhava e se pôs de pé, limpando mecanicamente o vestido rodado e depois o desamassando. Foi só então que Amanda Bellmonte encarou Raphael Monie pela primeira vez. O pai acertara ao dizer que se tratava de um jovem bonito. Sim, era de fato um homem bonito, o tipo que comoveria uma mulher. Qualquer mulher...
Naquela hora Amanda agradeceu à vida por nada de mau ter acontecido a Raphael Monie na estrada que levava até sua casa. Teria sido uma lástima se algo de ruim tivesse acontecido a ele, aquele rapaz tão encantador, que ao lado dela formava um belo par... Deveria ter sido ela, Amanda, a prometida em casamento para Raphael e não Clara. Se assim tivesse sido, ela poderia se tornar uma das mulheres mais felizes do mundo, intuiu Amanda. Se houvesse um jeito de mudar o destino... Mas como?
Trecho do livro “Quando é inverno em nosso coração”
De Américo Simões, ditado por Clara.
À venda nas melhores livrarias
e.com. ou pelo tel.: (11) 5594-5385.
E-mail:
barbara_ed@estadao.com.br.
Leia também: “Se não amássemos tanto assim”. Imperdível!

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