quarta-feira, 8 de abril de 2009

Livro "SE NÃO AMÁSSEMOS TANTO ASSIM" - CAPA DA 1ª edição - Gênero: Romance


Se não amássemos tanto assim

Uma história de amor que marcou para sempre a história do mundo.

O rei do Egito, se casa com Nebseni, uma linda jovem atriz, dançarina, por amor, um amor que para os dois estava escrito nas estrelas.
O tempo passa e apesar de todo amor que envolve o casal de alegria, uma triste realidade cai sobre o casal. Por mais que a rainha tente dar um filho ao rei, ela não consegue engravidar.
Diante da necessidade de deixar um herdeiro para o trono, o rei se vê forçado a se casar com uma segunda esposa. Algo tido como natural na época. E ele escolhe Nofretiti, irmã de seu melhor amigo, jovem, que desde menina, vive um amor não correspondido pelo rei.
Nofretiti sabe no íntimo que o grande amor de sua vida casou-se com ela somente para lhe dar um filho, nada mais. Mas ela chega no palácio disposta a dar-lhe bem mais que o filho tão almejado, destruir a rainha por quem o rei é infinitamente apaixonado.
– Não te deixes embriagar com o veneno do ódio, do rancor e da inveja, Nofretiti, pois esse veneno te corrói, mas não mata, só vai deixá-la sofrendo pelo maior tempo possível.
Nofretiti olhou de soslaio para o escriba do rei, tomada de desdém. Disse:
– Tu não me compreendes, Arpad. A rainha roubou o rei de mim. Roubou! É uma ladra, uma ladra barata... Se ela não tivesse aparecido...
Um riso curto e desagradável espaçou de seus lábios antes dela acrescentar:
– Se eu fosse um homem forte e viril teria forças suficientes nos músculos e nas veias para torcer o pescoço daquela sonsa de rostinho bonito... E o torceria com o maior prazer...
Tenso, Arpad disse:
– Abranda teu coração, Nofretiti, não desejes o mal ao próximo, pois ele voltará para ti!
– Ainda assim Nebseni roubou Hazem de mim e me fez muito mal, muito mal e por isso ela merece sofrer tanto quanto me fez e faz sofrer até apodrecer de dor.
– Repito o que te disse Nofretiti: não desejes tampouco faça mal ao próximo porque ele voltará para ti...

Uma história fascinante, surpreendente, de tirar o fôlego. Com um final inesquecível.

Desta vez Nofretiti pôde ver que Nebseni não conseguiu disfarçar seu aborrecimento por se ver ali só na sua presença. O ar de contrariedade atravessou seus poros e estampou-se na sua face. Num tom de deboche Nofretiti comentou:
– Veja, meu anjo – disse ela acariciando sua barriga protuberante – está crescendo, cada dia mais viçosa... Gerando o futuro rei do Egito.
Nofretiti divertiu-se interiormente ao ver Nebseni perder o seu equilíbrio dessa vez. Chegou a sentir pena ao perceber que podia atingir a mulher que odiava com tão poucas palavras. Ainda assim continuou espicaçando a rival.
– Oh! Nebseni, querida. Deves te corroer de martírio por teres um útero seco, não?! De que vale tanta beleza se... – Nofretiti mordeu os lábios propositadamente. Com cinismo acrescentou: – teria sido melhor, bem melhor se os deuses tivessem lhe dado menos beleza e um útero fértil como o meu, não achas? Sabe-se lá porque alguns nascem tão prósperos em algo e pobres em outras coisas. São os mistérios da vida, e quando esbarramos nos mistérios da vida...
Nofretiti aproximou-se ainda mais de Nebseni e ergueu o queixo dela com seu dedo indicador ereto, pois Nebseni havia baixado a cabeça, como se as palavras provocantes e a voz afiada de Nofretiti houvessem pesado sobre ela pendendo-a para baixo, o que de fato aconteceu.
Havia agora um peso por fora e por dentro sobre a cabeça de Nebseni, Nofretiti podia sentir. Quando os olhos negros da primeira esposa voltaram a deparar com os da segunda esposa, eles estavam cheios d’água.
Nofretiti ficou tão satisfeita e realizada com o que viu que uma súbita vontade louca de gargalhar de alegria desabrochou em seu interior. Ela tentou conter-se, mas foi em vão, o riso escapou pelo nariz fazendo um barulho como se fosse um ronco de um porco. Logo ela estava a gargalhar com espalhafato. Como uma galinha cacarejante.
Quando sua gargalhada zombeteira alcançou os ouvidos de Nebseni, seu físico pareceu trincar, o espírito o acompanhou.
Como no último ercontro, a primeira esposa se retirou do local calada e cabisbaixa com o olhar sem brilho, totalmente opaco e sem vida. Ela parecia num todo destituída de vida.
– Sofra, Nebseni, sofra... – rogou Nofretiti balançando a cabeça positivamente assim que a moça tomou distância. – Agora quem morre de inveja de mim és tu, ordinária! Ladra! Se não houvesses aparecido na vida de Hazem ele teria se casado comigo, por amor... ele amaria-me... amaria-me profundamente. Ainda assim, tu não conseguiste interpelar minha união com o homem que amo... Não por completo. Tornei-me a segunda esposa dele e serei eu a mãe do filho dele e de todos os demais que ele almejar.
Mais uma vez, um ar desdenhoso de divertimento tomou a face de Nofretiti. Continuar enchendo os ouvidos de Nebseni com aquelas verdades tão desalentadoras seria o ideal para atormentar suas idéias até levá-la a loucura, a ponto de tentar contra a própria vida, percebeu triunfante.

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